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Academy News

Por Academy Halal 24 de julho de 2023
O CEO da Alaby & Consultores Associados, Michel Alaby, será um dos palestrantes no Fórum de Negócios do Mercosul, falando sobre o Mercado dos países árabes e o impacto da Guerra Rússia e Ucrânia . A palestra acontecerá no dia 29 de junho no Centro de Eventos da FIERGS – Avenida Assis Brasil, 8787, Sarandi – Porto Alegre. Inscrições pelo SYMPLA no link abaixo INCRIÇÕES
Por Academy Halal 24 de julho de 2023
O Presidente argentino, Alberto Fernandez fez uma visita não oficial ao Brasil em de maio último, em caráter de cortesia, sendo recebido pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e demais autoridades, com o objetivo de discutir alternativas para incrementar o comércio exterior entre os dois países, que tem sido afetado pela grave crise econômica que nosso vizinho, e maior parceiro no Mercosul , atravessa há alguns anos. Para o Brasil trata-se de um mercado muito importante, especialmente para a exportação de bens manufaturados, e justamente por essa razão, em tese, um aumento das trocas comerciais com a Argentina seria do interesse da indústria brasileira. A crise econômica da Argentina Entretanto, a crise econômica da Argentina tem raízes bastante profundas em decisões políticas e econômicas que o país tomou nos últimos 30 anos , que cobraram o seu preço em matéria de desenvolvimento econômico, social, qualidade da educação no país , que já foi considerado exemplo para a América do Sul, a até da inflação, que no continente, hoje só é abaixo da venezuelana, atingindo dígitos que não eram vistos desde o início da década de 1990. A Argentina registrou uma inflação de 94,2% em 2022, e tem uma inflação anual de mais de 100% projetada para o ano de 2023, vários tipos de câmbio entre o peso e o dólar, reservas em moeda forte escassas, que não garantem o pagamento das importações e uma dívida em moeda estrangeira crescente, com pendências com o Fundo Monetário Internacional – FMI. Recentemente, aprofundaram-se os mecanismos de trocas comerciais em moedas nacionais, com aperfeiçoamento dos sistemas dos Bancos Centrais brasileiro e argentino, o que inclui e aventou-se também a possibilidade de utilização de moeda única no Mercosul, que para a realidade atual dos 4 países membros, é uma completa utopia . A Argentina já tem um acordo como esse com a China há algum tempo, em que as trocas comerciais entre os dois países podem ser feitas em Peso Argentino ou Renminbi, a Moeda Chinesa, que é erroneamente chamada no Brasil de Yuan. O acordo feito entre a China e a Argentina foi interessante para os governos de ambos os países, visto que a Argentina tem uma escassez crônica de dólares e a China tem interesse em internacionalizar sua moeda. Entretanto, o comércio entre países acontece, na verdade, entre as suas respectivas empresas. Para os exportadores brasileiros, que têm suas despesas em Reais, e eventualmente, em dólares , haveria somente riscos, e pouquíssimas vantagens em vender para a Argentina, recebendo em moedas nacionais instáveis e voláteis, especialmente o Peso Argentino, tanto que em nenhum momento, foi aventada a obrigação de utilizar tal procedimento. As exportações brasileiras para a Argentina As exportações brasileiras para a Argentina aumentaram em mais de 20% em 2023, segundo estimativas do Ministério da Fazenda, mas as poucos brasileiros estão comemorando, pois há mais de 200 empresas brasileiras com dificuldades em receber de importadores argentinos, e vem reduzindo as suas exportações para mitigar os riscos. Como desestímulo extra, em uma medida que poderia ser considerada um protecionismo disfarçado, a Argentina ainda leva 180 dias para liberar as licenças de importações, o que é prejudicial às empresas brasileiras O que foi discutido no encontro entre Lula e Alberto Fernandez No encontro entre Lula e Alberto Fernandez discutiram-se ações para a criação de estímulos de financiamento às exportações brasileiras via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principalmente dos produtos manufaturados, que caso seja aprovado, geraria um compromisso de a licença de importação cair para 30 dias. Além disso, o Presidente Lula assumiu um compromisso de conversar com a Presidente do Banco de Desenvolvimento (NDB), mais conhecido como Banco dos BRICS, Dilma Roussef, para tratar da crise argentina e buscar soluções financeiras para o país vizinho. A presença de produtos brasileiros no mercado argentino Nos dois últimos anos, os produtos brasileiros têm perdido espaço na exportação de manufaturados para a Argentina para produtos chineses, em função do acordo de trocas comerciais entre a China e a Argentina, de operações em moedas locais (Renminbi e Pesos). Os saldos das exportações e importações tem sido liquidados em Renminbi. Ninguém nega que a Argentina, um dos poucos países onde os manufaturados brasileiros são competitivos é um mercado muito importante paras nossas exportações, e que deve haver esforços econômicos, comerciais e diplomáticos para fortalecer a nossa presença lá. Mas seria tolice negar que também existem riscos. Os riscos para o Brasil de um empréstimo para a Argentina As empresas brasileiras que exportam para a Argentina já estão tendo dificuldades com seus recebíveis, e não se pode simplesmente transferir os riscos para o BNDES, ou até para o Banco dos BRICS, que para se envolver com a operação, teria de ter a concordância dos países membros, além do Brasil: Rússia , Índia , China e África do Sul . E, visto que a China já organizou seu próprio sistema de comércio bilateral com a Argentina, qual seria o interesse de Pequim em autorizar uma ajuda financeira que teria como principal objetivo, permitir que os exportadores brasileiros sejam mais competitivos no mercado argentino contra os produtos chineses? Aventou-se a possibilidade de, para não prejudicar o Brasil, a argentina oferecer como garantia aos eventuais empréstimos brasileiros, suas exportações de commodities, como soja, petróleo, entre outras, mas não se explicou como, em caso de inadimplência, essas garantias seriam executadas. Alternativas para fomentar as exportações brasileiras para a Argentina e outros países da América latina. Uma das ideias levantadas por especialistas em Comércio Exterior seria a reativação do Convênio de Créditos Recíprocos (CCR), extinto em 2019, pelas autoridades brasileiras, em função de alguns créditos não honrados pelos países latino americanos. O mecanismo do CCR era administrado pelos Bancos Centrais dos países latino americanos que utilizavam um sistema de compensações quadrimestralmente, entre exportações e importações, com garantias dos referidos. Tal instrumento incentivou sobre maneira as trocas comerciais entre os países latino americanos. O NDB- Banco dos BRICS (Brasil, Rússia , Índia, China e África do Sul) poderia garantir a linha de crédito à Argentina, e a utilização do CCR, a compensação necessária, diluindo riscos. Conclusão A volta do CCR seria um tema para reflexão de nossas autoridades, pois pode ser uma alternativa para fomentar as trocas comerciais da América Latina. As mudanças ocorridas no mundo, como a pandemia, a guerra na Ucrânia e a reversão da Globalização Econômica deixaram o mundo completamente desorientado de políticas de estímulos ao comércio internacional, e nos obrigam a sermos criativos. Além disso, preservar as relações entre o Brasil e a Argentina, o Mercosul e os demais países latinos americanos é importante para retomar a liderança brasileira na região, como foi no passado. Mas sem expor as empresas brasileiras a riscos exagerados.
Por Academy Halal 24 de julho de 2023
As visitas do presidente Lula à China e aos Emirados Árabes Unidos, com uma comitiva de autoridades e empresários se mostrou positiva do ponto de vista econômico, visto que a China é o principal parceiro comercial do Brasil, destino de aproximadamente 25% de nossas exportações, e os Emirados Árabes Unidos são um país importante em uma região também muito relevante comercialmente para nós. Para se ter uma ideia dessa relevância comercial, em 2022 as exportações do Brasil para os 22 países árabes alcançaram USD 17,74 Bilhões, uma alta de 23,06% em relação a 2021, sendo que os principais itens vendidos para eles foram açúcar, frango e minério de ferro . Acordos comerciais fechados entre o Brasil e a China na visita de Lula Na visita de Lula foram assinados 15 acordos em nível do governo federal e outros acordos em nível dos estados e do setor empresarial, e serão criados mecanismos para a facilitação do comércio entre os dois países. Um dos mais importantes é o acordo para certificações sanitárias e para entrada de produtos animais. Foi assinado também um acordo com a Vale para a construção de uma ferrovia no Pará, um projeto que prevê um investimento de aproximadamente R$7,00 bilhões, além de vários acordos nas áreas de energia e construção de navios para o transporte de celuloses, assinado entre a brasileira Suzano e a empresa chinesa Cosco, e acordos para pesquisa, desenvolvimento e inovação, que devem beneficiar a indústria de manufaturados no Brasil. Transações internacionais em moedas nacionais: Dólar, Real ou Renminbi? Sobre o acordo financeiro para transações de comércio exterior e de investimentos em moedas nacionais dos dois países, Real e Renminbi, ao invés do Dólar, é absolutamente prematuro fazer qualquer previsão se vai, ou não, dar certo, pois depende essencialmente das empresas que atual importando e exportando, e da conversibilidade das moedas no futuro. É evidente que a China tem uma visão, um planejamento estratégico de longo prazo , que inclui ter sua moeda como padrão de comércio internacional . Mas, para uma maior internacionalização de uma moeda, no caso, o Renminbi, elas deve se tornar mais conversível, ou seja, precisa ser aceita em qualquer banco dos países estrangeiros, além de destacar o fator estabilidade, que a torna mais atrativa quando um país quer formar reservas cambiais. As reservas cambiais brasileiras, até 2022, eram formadas nas seguintes moedas: dólar norte-americano: 80,34% euro: 5,04% renminbi (China): 4,99% libra esterlina (Reino Unido): 3,47% ouro: 2,25% iene (Japão): 1,93% dólar canadense: 1,01% dólar australiano: 0,97% Não há a menor dúvida de que a China, além de um parceiro comercial muito importante para o Brasil , tem um planejamento estratégico, e deve ser levada à sério em tudo o que se propõe a fazer. Mas, independentemente disso, inclusive do quanto a economia do gigante asiático cresceu, uma mudança de padrão do uso de uma moeda internacional depende de mudanças que, se forem acontecer, ainda não estão claramente colocadas no horizonte visível. Convém se preparar para todas as possibilidades, observar e aguardar. Acordos comerciais fechados entre o Brasil e a os Emirados Árabes Unidos na visita de Lula Na viagem aos Emirados Árabes Unidos, foram reforçados laços econômicos e políticos na região, sendo que o fundo Mubadala assinou um acordo para produzir combustíveis limpos na Refinaria na Bahia. Guerra na Ucrânia é questão complexa, em que o Brasil não tem como interferir A guerra na Ucrânia é uma questão complexa, que envolve diretamente, a Ucrânia (obviamente), a Rússia, um país que é parceiro do Brasil no BRICS, e indiretamente a China, nosso maior parceiro comercial, os Estados Unidos, nosso segundo maior parceiro comercial, e praticamente todos os países da Europa. Muitos deles, também países com os quais o Brasil mantém excelentes relações diplomáticas e comerciais. O conflito, que já se estende por mais de um ano, chegou a um status de impasse , que infelizmente, não tem um fim previsível no horizonte, sendo a única certeza a de que já causou profundas mudanças na geopolítica mundial . Com sua tradição de neutralidade e pacifismo, além de diplomacia conhecida por sua competência e credibilidade, o Brasil poderia, sim, dar sua contribuição para um processo de negociação que leve ao fim do conflito. Mas seria prudente esperar um momento mais adequado para isso. O papel internacional do Brasil Não temos como interferir no conflito entre Rússia e Ucrânia nesse momento. Mas isso não significa nenhum tipo de complexo de vira-latas ou de falta de confiança nas capacidades e potencialidades do Brasil, porque temos condições de ser players mundiais em duas questões importantes para todo o planeta. A preservação do meio-ambiente e a segurança alimentar. ESG e Segurança Alimentar são oportunidades de atrair investimentos internacionais O mundo está em transformação e os padrões ESG ( meio ambiente, sustentabilidade e governança ) terão um peso cada vez maior nas relações internacionais e na destinação de investimentos. O Brasil é um candidato natural a líder regional e mundial na questão ambiental , que é importante para o público e os tomadores de decisão das principais empresas do mundo. O atual governo deve buscar um posicionamento propositivo nessa área, colocando as necessidades de investimento para a preservação do meio ambiente, assim como as ações de governança para oferecer segurança aos investidores, garantindo relações equilibradas entre os países. Brasil pode se posicionar como garantidor da segurança alimentar Outra grande oportunidade para o Brasil é que nossa imagem, no mundo, a Marca Brasil, é diretamente relacionada a “real food”, alimentos de boa qualidade. É uma excelente oportunidade para posicionar o Brasil não como um exportador, mas como o garantidor da segurança sanitária e alimentar de vários países, entre eles os do Sudeste Asiático e Oriente Médio. Oportunidades para as empresas brasileiras com as viagens de Lula Cabe ao setor empresarial brasileiro avançar na presença constante no mercado chinês e no mercado árabe , aproveitando as oportunidades abertas pelo governo e incrementar nosso comércio exterior, investir nesses mercados e receber investimentos deles . E às empresas brasileiras que ainda não se prepararam para dar esse passo, fazê-lo o mais rápido possível . Como dizia Peter Drucker: “ O futuro não se prevê, se cria”.
Por Academy Halal 24 de julho de 2023
2023 começou com sinais conflitantes para a economia brasileira. Se por um lado terminou 2022 embalada por um crescimento do PIB de 3,1% , pelo outro, o ano começou conturbado por agitações políticas internas e notícias ruins sobre a governança de uma das maiores varejistas brasileiras. Mas para entender como o mundo vai influenciar o Brasil, vamos analisar as tendências para o comércio internacional e investimento estrangeiro no Brasil em 2023 . O governo brasileiro que acabou de assumir, por um lado terá de lidar com um ambiente externo conturbado por algumas situações às quais terá de se adaptar. Pelo outro, é inegável que assume com “experiência no ofício” e um recall de imagem que pode ajudar. Se souber passar a mensagem certa para o mercado, pode extrair ganhos até de situações adversas, aproveitando oportunidades no comércio e nos investimentos. Entre as incertezas que se colocam para o comércio e os investimentos internacionais estão a continuidade da pandemia da COVID-19 , a guerra Rússia-Ucrânia , sem esperanças de término no horizonte, a desaceleração econômica global, em função das recentes elevações das taxas de juros na Europa e Estados Unidos, que correm riscos de redução das atividades e até de recessão, e a China, que também não tem expectativas de crescimento acelerado. Mas vamos falar de quais são as expectativas para as exportações e o crescimento, bem como de cada um dos fronts em que o Brasil deve atuar para ter uma boa performance em abrir, ampliar ou apenas manter posição no comércio Internacional e atrair investimento estrangeiro em 2023. As perspectivas para as exportações do agronegócios brasileiro em 2023 Com referência às exportações do agronegócio, a expectativa atual de safra recorde de grãos neste ano vai beneficiar o embarque de commodities agrícolas, com uma combinação de volume e câmbio, apesar de que há projeções que os preços das principais commodities devem sofrer uma queda neste ano. Quanto o Brasil exportará e importará em 2023 As exportações brasileiras totais projetadas para 2023 estão estimadas entre US$.325 bilhões a US$.360 bilhões, enquanto as importações deverão chegar entre US$.250 a US$.300 bilhões. O superávit comercial estaria entre US$.60 a US$.75 bilhões. Alguns especialistas estimam um cenário mais pessimista, de um superávit comercial de US$.50 bilhões. Qual será a participação dos negócios internacionais no PIB em 2023 A contribuição do setor externo para o Produto Interno Bruto (PIB) está estimado entre 0,6 a 0,7 ponto percentual, para o crescimento do PIB ao redor de 3,2% estimado para 2022. Para o ano de 2023, a estimativa de contribuição se reduz para 0,3 ponto percentual, metade do ocorrido em 2022. O PIB de 2023, segundo estimativas, crescerá entre 0,5% a 1,0%. A China em 2023 As perspectivas em relação à China apresentaram uma leve melhora, com o FMI prevendo um crescimento de 5,2% para o gigante asiático em 2023. Parece pouco quando se compara com os números do crescimento chinês desde o início do século, mas uma boa notícia quando se leva em conta um horizonte mais curto, como 2022, em que a China cresceu apenas 3,0%, primeira vez em 40 anos em que ficou abaixo da média global. O FMI entretanto, alerta que a retomada chinesa provavelmente não terá muito fôlego, tendendo a cair para 4,5% em 2024 e tendendo a se manter abaixo de 4% nos próximos anos, pela lentidão em realizar reformas estruturais e retomar seu dinamismo empresarial. Por outro lado, nada indica que o gigante asiático pretenda frear o aumento de seu gasto militar, que em 2022 foi de 230 Bilhões de dólares , preocupando países como a Índia , Japão, Austrália e claro, os Estados Unidos, com quem continuará tendo atritos, inclusive por Taiwan, o que continuará estimulando o processo de reversão da globalização econômica e nacionalização ou regionalização continental das cadeias de produção. Como serão as exportações do Brasil para a China em 2023 A maior parte das nossas exportações para a China estará concentrada em minério de ferro, enquanto as exportações de proteína animal e soja estarão mais retraídas. O ponto positivo é a grande possibilidade de maiores exportações de milho, com a abertura do mercado. Perspectivas em relação aos Estados Unidos Nos Estados Unidos, nosso segundo parceiro comercial, comprador de produtos manufaturados e investidor no Brasil, há preocupação com a possível recessão, mas devemos continuar investindo neste importante mercado, porque não somente ainda é a maior economia do mundo, como é também o maior poder político. Como serão as exportações do Brasil para países do Sudeste Asiático As exportações do Brasil para países do Sudeste Asiático tiveram resultados surpreendentes em 2022, e eles continuam abertos às exportações brasileiras. Países como Indonésia, Malásia , Filipinas, Cingapura, Tailândia e Vietnã são excelentes mercados para os produtos brasileiros, e é preciso investir neles. Como serão as exportações do Brasil para países do Oriente Médio No Oriente Médio e Levante, a demanda por alimentos continuará crescente, para garantir a segurança alimentar e sanitária da população. Então, é estratégico para o Brasil ampliar os negócios com países do golfo arábico, como Arábia Saudita, Bahrain, Qatar , Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã, que além de bons mercados para os produtos brasileiros, têm muito potencial de investimento através de seus fundos soberanos . Como serão as exportações do Brasil para a União Europeia em 2023 Com a promessa do novo governo no que se refere à proteção ambiental, não somente há possibilidades concretas de aumentar as exportações do agribusiness para a União Europeia, como não haverá mais motivo plausível para que não seja destravado o acordo entre o Mercosul e o Bloco Europeu. Como serão as exportações do Brasil para os países da África No caso da África, há mercados já consolidados, como Egito , Nigéria e África do Sul , entre outros em que podemos crescer, como o Marrocos , que também apresentam oportunidades para exportação de máquinas e equipamentos, além das exportações tradicionais. Como será a relação do Brasil com os países da América Latina Há crises instaladas em vários países da América Latina nesse momento, inclusive o Chile , que devem impactar negativamente nossas exportações de manufaturados, e espera-se que o Brasil volte a ter a liderança na região, que, reconheçamos, ficou em segundo plano nos últimos anos , e que possamos aumentar o comércio entre os países. Atração de investimentos estrangeiros para o Brasil em 2023 Em 2022 o Brasil também vinha de uma situação relativamente confortável no que se refere à atração de investimentos estrangeiros diretos (IDP), que somaram USD 77,1 bilhões , o correspondente a 4,9 % do nosso PIB. Isso se deveu tanto a algumas reformas liberalizantes que foram feitas, quanto a outros destinos, que seriam nossos concorrentes na atração desses investimentos, que não passam por um bom momento. Os países do Leste Europeu, por exemplo, não são atrativos a investimentos estrangeiros nesse momento por causa da Guerra entre Rússia e Ucrânia. Já, os países da União Europeia, em razão do mesmo conflito, lidam com altas dos preços da energia, o que também assusta investidores, o que abre mais oportunidades para o Brasil. Como o Brasil pode atrair mais investimentos estrangeiros em 2023 O Brasil pode atrair mais investimentos estrangeiros em 2023. Se nos basearmos no passado, é inegável que o Presidente Lula tem prestígio internacional, trânsito e carisma. E espera-se do novo governo que passe uma mensagem mais construtiva em relação ao meio-ambiente, já que os fundos de investimento estrangeiros tem critérios bastante rigorosos em relação ao ESG. Há também, como já falamos várias vezes, as oportunidades trazidas pela desglobalização econômica, em que as cadeias de produção estão sendo retiradas de países da Ásia para serem realocadas em processos de nacionalização ou regionalização continental, o que é uma grande oportunidade para trazer algumas dessas cadeias para o Brasil ou o Mercosul , dando impulso à reindustrialização. Como o Brasil pode atrair mais investimento estrangeiro e aumentar o comércio internacional. Como já falamos anteriormente, existe hoje uma conjuntura internacional que torna o Brasil comparativamente mais atraente que outros destinos para investimentos estrangeiro. Mas uma economia do tamanho da brasileira, com uma população, e um mercado consumidor potencial, de 220 milhões de pessoas não pode se contentar em ser destino preferencial de investimentos somente quando outros destinos estão com problemas. É preciso ter estratégia! Para efeitos de curto prazo, é recomendável empreender novas missões comerciais e participar de feiras e exposições internacionais, para aumentar a nossa participação no mercado mundial. Pensando no médio prazo, mas começando imediatamente, é necessário fazer as chamadas reformas estruturais, como a administrativa, tributária e política, reduzindo a burocracia, e melhorando a performance dos acordos comerciais, aumentando nossa competitividade como economia, Além disso, é muito aconselhável investir na construção de uma marca Brasil , em que a origem brasileira de produtos e serviços seja um agregador de valor, como a tecnologia japonesa, a engenharia alemã, o design italiano e até o café colombiano, citando um caso de sucesso de um país da América Latina. E, finalmente, pensando no longo prazo, é necessário um investimento em educação de base , não somente com verbas, mas com a estratégia correta, para que o Brasil se torne também um polo de inovação tecnológica.
Por Academy Halal 24 de julho de 2023
A ideia de instituir uma moeda única no Mercosul foi levantada recentemente pelo embaixador da Argentina, sendo, acertadamente, em seguida desmentida pelo Ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad. Nesse artigo, colocamos nosso ponto de vista sobre porque uma moeda única no Mercosul não é uma prioridade, ou possibilidade real. E também porque insistir nesse ideia faria com que nos desviássemos do foco de onde estão as grandes oportunidades para o Mercosul. O próprio embaixador argentino, em seguida, explicou que a ideia não seria substituir as moedas nacionais dos países do Mercosul, mas formatar uma moeda única para as transações comerciais entre eles, sem depender do dólar. Independentemente das explicações e intenções, a polêmica já estava lançada. E como entre teoria e prática vai uma grande distância, o ministro fez bem em desautorizar a ideia, pois o complexo e demorado processo de instituir uma moeda única nos desviaria da verdadeira oportunidade para o Mercosul: receber as cadeias de produção que estão sendo desglobalizadas e remontadas em uma lógica de nacionalização e regionalização continental, sobre as quais já temos falado há pelo menos 2 anos . Porque criar uma moeda única para o Mercosul seria complexo e demorado. Para se criar uma moeda única para o Mercosul, que seria utilizada por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, teríamos de passar antes por todas as etapas de uma integração econômica regional, que seriam: Zona de livre comércio perfeita; União aduaneira com a adoção integral da Tarifa Externa Comum; Mercado comum, com livre circulação de pessoas e capitais; Harmonização de políticas macroeconômicas; Integração total das cadeias produtivas. A situação do Mercosul Hoje Zona de Livre Comércio : Não há no Mercosul uma Zona de Livre Comércio, com exceção do setor automotriz, regido por cotas, e do setor de açúcar, também administrado. União aduaneira : Em relação à União aduaneira, há várias perfurações da Tarifa Externa Comum, com excepcionalidades de regimes especiais, como por exemplo, listas de exceções, ex-tarifários, reduções do imposto de importação para a Argentina, Uruguai e Paraguai para compras de bens de capital e equipamentos de terceiros países, entre outras perfurações. Política Comercial Comum : Não há uma política comercial comum para terceiros países, nem no caso do setor do agribusiness, ponto forte do bloco . Esse, que aliás, será uma exceção nos processos de desglobalização econômica, seria um campo de atuação em que os quatro parceiros poderiam atuar em mais sintonia, uma oportunidade que todos os países da região vem deixando passar há tempos. Aliás, pouco se avançou nos aspectos institucionais, que fazem com que os países do Bloco considerem o Mercosul um ator a ser considerado em seus interesses, e instância mais relevante nos acordos comerciais. Se por um lado, há negociações em andamento com Singapura, Coreia do Sul, Canadá, Líbano e Tunísia, pelo outro o acordo comercial com a Mercosul – União Europeia está paralisado e o Uruguai quer fazer um acordo comercial individual com a China e países do Sudeste Asiático, quebrando as regras do Bloco e enfrentando fortes resistências do Brasil, Paraguai e Argentina. União Monetária : Finalmente, não faz sentido falar em união monetária, como se chamaria quando vários países tem uma única moeda, quando a Argentina tem cerca de 14 tipos de câmbio para o dólar, instabilidade monetária e cambial, com reservas em moeda forte escassas, e inflação anual em 2022 projetada em 100%. No caso brasileiro, há uma alta volatilidade cambial, e a inflação anual deve fechar ao redor de 6%. Alta para os padrões desejados, mas controlada, ao contrário do que ocorre com nosso vizinho. Entretanto, mesmo que resolvêssemos todos esses problemas, o que seria uma condição necessária para uma união monetária no Mercosul, talvez não seja suficiente para que a ideia seja interessante para o Brasil, como explicaremos a seguir, fazendo uma comparação com a única união monetária conhecida, a criação da Zona do Euro, na União Europeia. Brasil não está preparado para uma moeda única no Mercosul Prever o futuro continua um ofício tão arriscado quanto sempre foi, mas se podemos aprender algo com a experiência passada da União Europeia é que o Brasil não está preparado para uma moeda única no Mercosul, e não tiramos essa afirmação de nenhum tipo de “complexo de vira latas”, ou coisa do tipo. A União Europeia, que começou sua integração econômica com a Comunidade Econômica Europeia em 1957, assinou o Tratado de Maastricht para a criação da União Europeia 45 anos depois, em 2002, e levou mais 7 anos para a implantação do Euro, em 2009. Foram anos para a harmonização macroeconômica, com metas de inflação e fiscais, de acordo com o Tratado, e mesmo assim, nem todos os países da União Europeia adotaram o Euro. Dos 27 países, atualmente membros da União Europeia ,visto que o Reino Unido saiu no célebre, ou infame, BREXIT, sem jamais abrir mão da Libra Esterlina, apenas 20 países usam como moeda o Euro, a saber: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Portugal e a partir de 2023, a Croácia. Já Bulgária, Romênia, República Tcheca, Hungria, Polônia, Dinamarca e Suécia optaram por utilizar suas próprias moedas. Alemanha é o elo mais forte da corrente da União Europeia Apesar de toda a lição de casa feita para permitir a integração econômica e monetária, ela não foi indolor. Mesmo tendo entre seus membros alguns dos países mais ricos do mundo, como Alemanha, França e Itália, manter uma moeda forte para todos os países que adotaram o Euro, em certos momentos teve altos custos, divididos entre todos os países membros, mas cuja maior parte da conte coube à Alemanha, o mais rico e industrializado do bloco. Como alguns devem se lembrar, menos de 10 anos depois que o economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O’Neil cunhou o termo BRICS como o acrônimo que indicava Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul como economias emergentes e oportunidades de investimento, surgiu o termo PIIGS, que como você deve saber, significa “porco” em Inglês, se referindo à performance econômica muito ruim de Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha. Trocadilhos cruéis à parte, o fato é que a partir de 2010, todos esses países precisaram de socorro econômico, inclusive da União Europeia. E a maior parte dessa conta coube justamente à Alemanha. O que a Alemanha ganhou com muitos países adotando o Euro O uso de uma moeda é um comportamento humano aprendido, que depende de percepção. As pessoas acreditam que uma moeda vale que há impresso nela, e sabem que outros também acreditarão nisso, porque existe algo que garante isso. E o que garante o valor do Euro é o Banco Central Europeu, e as economias às quais ele está vinculado, que usam e acreditam na moeda. Especialmente as mais fortes, como a Alemanha. O Euro permitiu que todo o continente europeu, incluindo os países mais pobres e instáveis, tivessem a mesma moeda que as potências econômicas. Estas, por sua vez, conseguiram que mercados aos quais já estavam integradas logisticamente, tivessem uma moeda forte o suficiente para consumirem suas manufaturas. Quando a Crise dos PIIGS eclodiu, a Alemanha, e os demais países ricos e industrializados do Bloco Europeu, não tinham muita alternativa além do socorro financeiro. Além de não interessar para eles que os mais frágeis quebrassem, se isso acontecesse, haveria também uma desvalorização brutal da moeda que eles mesmos usavam. Foi um preço alto para manter a economia, e a política, estáveis no continente. Mas os europeus já pagaram preços muito mais altos na primeira metade do século passado, quando deixaram que crises econômicas desintegrassem o tecido social. E aprenderam com isso. Porque uma moeda única para o Mercosul é inviável Transportando a história, e as situações pelo qual os países da Zona do Euro passaram, e atribuindo à maior economia da América Latina, o Brasil, um papel correlato ao da Alemanha na União Europeia, será que o Brasil, que apesar de uma situação fiscal melhor que a maioria de seus vizinhos, ainda luta para se manter equilibrado, teria condições de recomendar, e até ajudar outros países membros do Mercosul em um ajuste fiscal? E se, mesmo após esses hipotéticos ajustes, mesmo assim houvesse percalços, como os que ocorreram com Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha, o Brasil teria condições de socorrer financeiramente Argentina, Uruguai ou Paraguai, promovendo um resgate financeiro como o feito com esses países europeus na década passada? Ou seja, é preciso mais que a vontade política de governos para uma união monetária. E para que uma moeda comece a ser usada em comércio internacional, aceita não somente por governos , mas também por pessoas e empresas, não basta querer. Isso extrapola o limite do poder dos governos. Prova disso é que mesmo com todo o poder econômico, e consequentemente político, da China, o Renminbi, a moeda chinesa, que nós erradamente chamamos de Yuan, corresponde a apenas 6% das transações econômicas internacionais do mundo. 85% delas, por outro lado, acontecem em Dólar Americano. Onde estão as oportunidades para o Mercosul Conforme falamos anteriormente, os descomunais esforços e recursos necessários para uma empreitada que nem sabemos se é possível, e cujo retorno, caso acontecesse, seria totalmente incerto, nos desviariam da grande oportunidade que se apresenta para o Brasil e para o Mercosul, que é a reversão da globalização econômica, que está acontecendo no exato momento em que escrevemos esse artigo. Durante a crise dos respiradores, no início da Pandemia, o mundo enxergou os riscos de concentrar a produção de qualquer item em um único lugar, por mais competitivo que ele seja. Fábricas que antes estavam na China e outras partes da Ásia estão sendo movidas para outros países mais próximos dos centros consumidores, quando não para os próprios, mesmo que os custos de produção neles sejam mais altos, em nome da segurança logística. Já tendo um arcabouço legal de integração, que sim, precisa ser aperfeiçoado, e alguma integração logística , que tem grandes possibilidades, inclusive se pensarmos em navegação de cabotagem , o Cone Sul é um forte candidato a concentrar grande parte da produção industrial da América do Sul. Uma oportunidade e um alerta Essas oportunidades criadas pela desglobalização econômica apareceram porque desde 2020 ocorreram dois fatos inesperados e imprevisíveis: a pandemia, e mais recentemente, a invasão russa na Ucrânia. Mas cabe o alerta de que as oportunidades não ficam esperando eternamente para serem aproveitadas.
Por Academy Halal 24 de julho de 2023
Entre os dias 23 e 24 de Janeiro, a Academia Halal do Brasil realizou em parceria com a Fambras Halal o ‘’Curso de Capacitação e Reciclagem para Supervisores Halal’’. Sucesso de interação e participação, a iniciativa teve como objetivo a atualização dos colaboradores da Fambras Halal nos melhores métodos de produção halal, bem como SGQ (Sistema de Gestão de Qualidade). Os colaboradores receberam aulas interativas pelas docentes da Academia Halal do Brasil Soha Chabrawi, Barbara Domingos e Camila Mota, mas também contou com a participação coadjuvante de outros docentes e especialistas da instituição. Dentre os muito temas abordados, destacou-se as instruções sobre o correto preenchimento dos relatórios de rastreabilidade produzidos pelos colaboradores, que puderam expor diversas situações práticas particulares e desafios que enfrentam nas plantas nas quais atuam, e tiveram seus conhecimentos sobre como enfrentar possíveis dificuldade na coleta de dados e acompanhamento do processo halal na integra testados. O curso também contou com a explanação e estudo das tabelas de normas, que foram apresentadas em suas individualidades nacionais, para atender aos mercados que compram os produtos halal das empresas parceiras da Fambras Halal, bem como os supervisores foram instruídos em como agir diante de normas conflitantes numa mesma planta. A conclusão do curso se deu com a aula sobre os aspectos religiosos islâmicos que englobam o conceito halal, ministrado pelo docente Sbeik Ali Momade Ali Atumane, que destacou também os aspectos éticos da produção halal e da conduta de um colaborador muçulmano. As seções de perguntas e respostas contou com a participação dos docentes do Curso de modo interativo e integral.
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