Durante a primeira edição do CTec Halal, Flávio Redi, CEO do Eco Halal - startup que usa a rastreabilidade baseada em blockchain para tornar o processo produtivo da cadeia alimentar mais transparente – apresentou o trabalho “Uso de Tecnologias de inteligência artificial para garantir a conformidade com os preceitos Halal na indústria alimentícia”.
Segundo ele, o trabalho apresentado é uma mostra da importância de investir em inovação para o futuro do mercado Halal. “As tecnologias emergentes, como blockchain e inteligência artificial, são apenas o começo. Acredito que, no futuro, veremos uma transformação completa na forma como os produtos Halal são rastreados e certificados, o que vai aumentar a confiança e a transparência no setor”.
Flávio, como surgiu a ideia do seu trabalho? O que você quis mostrar por meio dele?
A ideia surgiu da necessidade de garantir mais transparência e confiança no setor de alimentos Halal, especialmente no que diz respeito ao processo de certificação. Meu objetivo sempre foi mostrar que, por meio da tecnologia, como o blockchain, é possível oferecer uma rastreabilidade completa, desde a produção até o consumidor final, assegurando que os produtos atendam rigorosamente aos preceitos Halal. Além disso agilizar e tornar o processo de certificação Halal menos custoso para certificadoras e empresas.
Qual é a importância da rastreabilidade no segmento Halal?
A rastreabilidade é fundamental no segmento Halal porque garante que os alimentos sigam todas as diretrizes religiosas e éticas em sua produção. Ela proporciona transparência e confiança para consumidores, certificadoras e empresas, assegurando que não haja desvios ao longo da cadeia produtiva. Isso é especialmente importante em mercados globais onde a confiança é essencial para o comércio.
Como é a realidade do Brasil atualmente neste quesito?
O Brasil é um dos maiores exportadores de proteína animal Halal do mundo, mas ainda existem desafios em termos de digitalização e controle da rastreabilidade de ponta a ponta. Muitos processos ainda são manuais, o que pode gerar ineficiências e erros. No entanto, há um avanço significativo no uso de tecnologias como blockchain e inteligência artificial, que estão ajudando a modernizar o setor e aumentar a transparência no processo como um todo, incluindo o momento do abate Halal.
Seu trabalho já “funciona” na prática, certo? Qual é a colaboração que a EcoHalal vem dando aos exportadores de alimentos Halal atualmente?
Sim, o sistema já está em funcionamento e tem oferecido uma contribuição significativa para os exportadores de alimentos Halal. A EcoHalal ajuda a monitorar e garantir a conformidade em cada etapa da produção, permitindo que os exportadores assegurem aos seus clientes que os produtos atendem a todas as exigências religiosas e de segurança alimentar. Isso agrega valor ao produto e facilita o acesso a novos mercados.
Esta experiência até aqui já apontou caminhos para aperfeiçoamento ou melhorias?
Sim, o aprendizado contínuo no uso da tecnologia tem nos mostrado várias oportunidades de melhorias. Uma delas é a integração mais profunda de sistemas de automação, que podem reduzir ainda mais os erros humanos e tornar os processos mais rápidos e eficientes. Além disso, estamos explorando maneiras de expandir a rastreabilidade para outros setores relacionados ao Halal.
Qual é a avaliação que você faz sobre o CTec Halal?
O CTec Halal tem desempenhado um papel crucial no desenvolvimento e disseminação do conhecimento sobre a certificação Halal no Brasil. A parceria com entidades internacionais tem sido valiosa para fortalecer a posição do Brasil no mercado global de produtos Halal.